Fotografia, Arte e Poesia



segunda-feira, 8 de novembro de 2010

CÉTICO 79


Não creia em tudo aquilo que está lendo.
Duvide até da própria assinatura.
Não cante sem reler a partitura.
Recuse poesia com remendo.

Se um cego diz seu seu calvário horrendo,
coloque mais pimenta, que ele atura.
Se ser um masoquista é o que ele jura,
no máximo masturba-se escrevendo.

Cantando espalharei por toda parte,
mas sei que poucos vão acreditar
que sou Átila, Nero ou Bonaparte.

Vá lá, não sou guru nem superstar.
Na dúvida, porém, nunca descarte
que onde há fumaça o fogo pode estar.

Glauco Mattoso

domingo, 7 de novembro de 2010

Brasil,Brasil


(Thiago Cornban)


Brasil de Pelé
Brasil de Antonio
Brasil de Maria

Brasil de malandro
Brasil de Alberto
Brasil de Carlos

Brasil de Ronaldo
Brasil de despossuídos
Brasil de Lurdes

Brasil do Cinema
Brasil da favela
Brasil de Ipanema

Brasil de Fagundes
Brasil sem educação
Brasil sem índios

Brasil da copa
Brasil da corrupção
Brasil da burguesia

Brasil da CHOAB
Brasil do metrô
Brasil do norte


Brasil Jobim
Brasil da fé
Brasil das crianças

Brasil do verde e do amarelo
Brasil da democracia
Brasil, Brasil, Brasil...

sábado, 6 de novembro de 2010

MAR...


MAR...


Deve ser doce morrer no mar.
E se esconder no horizonte.
Lamentar a solidão
Que ao longe encosta

Deve ser doce o gosto da morte
Que não se sabe pra onde vai...
Deixar família
Rezar por paz.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

CAIO FERNANDO ABREU


"Eu preciso muito muito de você eu quero muito muito você aqui de vez em quando nem que seja muito de vez em quando você nem precisa trazer maçãs nem perguntar se estou melhor você não precisa trazer nada só você mesmo você nem precisa dizer alguma coisa no telefone basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio juro como não peço mais que o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro.Mas eu preciso muito muito de você."

Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

TRADUZIR-SE



Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

Ferreira Gullar

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Olá Pessoal

Olá, Amigos
Estou com um novo blog é o resgatandoparacristo-vidaparatodos@blogspot.com
Lá você encontra mensagens,poesia e muitas outras informações venha me seguir também lá. um abraço a todos e uma semana de vitória..
valeu...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Por não estarem distraídos




Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

Clarice Lispector

segunda-feira, 26 de julho de 2010

brusca poesia da mulher amada




Longe dos pescadores os rios infindáveis vão morrendo de sede lentamente...
Eles foram vistos caminhando de noite para o amor – oh, a mulher amada é como a fonte!
A mulher amada é como o pensamento do filósofo sofrendo
A mulher amada é como o lago dormindo no cerro perdido
Mas quem é essa misteriosa que é como um círio crepitando no peito?
Essa que tem olhos, lábios e dedos dentro da forma inexistente?

Pelo trigo a nascer nas campinas de sol a terra amorosa elevou a face pálida dos lírios
E os lavradores foram se mudando em príncipes de mãos finas e rostos transfigurados...

Oh, a mulher amada é como a onda sozinha correndo distante das praias
Pousada no fundo estará a estrela, e mais além.

domingo, 25 de julho de 2010

ELO


(Thiago Corban)

Elo de amar
Elo de se perder
Elo de durar
Elo de renascer
Elo de paixão
Elo de loucura
Elo de dó
Mal que cura

ENTRE NÓS


(Thiago Corban)

Entre nós só restou o amor
Amizade perdia
Sapato debaixo da cama
Ficou a lembrança da praia
Nossa canção
O gosto da boca.
O vazio de ter ficado juntos por anos e anos
À saudade entontecida
E a desilusão entre nós...

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Eu Sou Trezentos...

(Mário de andrade)



Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
As sensações renascem de si mesmas sem repouso,
Ôh espelhos, ôh! Pirineus! ôh caiçaras!
Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro!

Abraço no meu leito as milhores palavras,
E os suspiros que dou são violinos alheios;
Eu piso a terra como quem descobre a furto
Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos!

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
Mas um dia afinal eu toparei comigo...
Tenhamos paciência, andorinhas curtas,
Só o esquecimento é que condensa,
E então minha alma servirá de abrigo.

Oi Pessoal...

Olá, meninas e meninos sei que faz um tempo que não publico nada em meu blog, é que meus filhos nasceram mês passado e estão internados na UTI com broncolite.. mais sei que Deus vai restaurar a saude dos dois o Pedro Henrique e Paulo Henrique peço a oração de todos.Beijos e abraços poéticos
(Thiago corban)

sábado, 10 de abril de 2010

DALTON TREVISAN O VAMPIRO DE CURITIBA!


Esse cara é um Mistério, considerado um dos melhores contista brasileiro.Dalton Trevisan prefere o anônimato acho correto para Dalton a sempre um mistétio...

terça-feira, 6 de abril de 2010

Arnaldo Antunes o poeta do Tempo


Arnaldo Antunes



O Buraco do Espelho




o buraco do espelho está fechado

agora eu tenho que ficar aqui

com um olho aberto, outro acordado

no lado de lá onde eu caí



pro lado de cá não tem acesso

mesmo que me chamem pelo nome

mesmo que admitam meu regresso

toda vez que eu vou a porta some



a janela some na parede

a palavra de água se dissolve

na palavra sede, a boca cede

antes de falar, e não se ouve



já tentei dormir a noite inteira

quatro, cinco, seis da madrugada

vou ficar ali nessa cadeira

uma orelha alerta, outra ligada



o buraco do espelho está fechado

agora eu tenho que ficar agora

fui pelo abandono abandonado

aqui dentro do lado de fora

domingo, 4 de abril de 2010

O CARA DA VEZ!


Comportamento Geral
Gonzaguinha
Composição: Gonzaguinha
Você deve notar que não tem mais tutu
e dizer que não está preocupado
Você deve lutar pela xepa da feira
e dizer que está recompensado
Você deve estampar sempre um ar de alegria
e dizer: tudo tem melhorado
Você deve rezar pelo bem do patrão
e esquecer que está desempregado

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?

Você deve aprender a baixar a cabeça
E dizer sempre: "Muito obrigado"
São palavras que ainda te deixam dizer
Por ser homem bem disciplinado
Deve pois só fazer pelo bem da Nação
Tudo aquilo que for ordenado
Pra ganhar um Fuscão no juízo final
E diploma de bem comportado

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal

E um Fuscão no juízo final
Você merece, você merece

E diploma de bem comportado
Você merece, você merece

Esqueça que está desempregado
Você merece, você merece

Tudo vai bem, tudo legal

Comportamento Geral
Gonzaguinha
Composição: Gonzaguinha
Você deve notar que não tem mais tutu
e dizer que não está preocupado
Você deve lutar pela xepa da feira
e dizer que está recompensado
Você deve estampar sempre um ar de alegria
e dizer: tudo tem melhorado
Você deve rezar pelo bem do patrão
e esquecer que está desempregado

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?

Você deve aprender a baixar a cabeça
E dizer sempre: "Muito obrigado"
São palavras que ainda te deixam dizer
Por ser homem bem disciplinado
Deve pois só fazer pelo bem da Nação
Tudo aquilo que for ordenado
Pra ganhar um Fuscão no juízo final
E diploma de bem comportado

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal

E um Fuscão no juízo final
Você merece, você merece

E diploma de bem comportado
Você merece, você merece

Esqueça que está desempregado
Você merece, você merece

Tudo vai bem, tudo legal

quarta-feira, 24 de março de 2010

ANA CRISTINA CESAR!


Um Beijo


que tivesse um blue.
isto é
imitasse feliz
a delicadeza, a sua,
assim como um tropeço
que mergulha surdamente
no reino expresso
do prazer
Espio sem um ai
as evoluções do teu confronto
à minha sombra
desde a escolha
debruçada no menu;
um peixe grelhado
um namorado
uma água
sem gás
de decolagem:
leitor ensurdecido
talvez embevecido
"ao sucesso"
diria meu censor
"à escuta"
diria meu amor
sempre em blue
mas era um blue
feliz
indagando só
"what's new"
uma questão
matriz
desenhada a giz
entre um beijo
e a renúncia intuída
de outro beijo.



*


Minha boca também
está seca
deste ar seco do planalto
bebemos litros d'água
Brasília está tombada
iluminada
como o mundo real
pouso a mão no teu peito
mapa de navegação
desta varanda
hoje sou eu que
estou te livrando
da verdade


te livrando


castillo de alusiones
forest of mirrors


anjo
que extermina
a dor

quinta-feira, 18 de março de 2010

ABRIL
(Thiago Corban)



Se um amigo nos fizer chorar
Existirá outro amigo, para nos fazer sorrir
Se um dia Alguém se esquecer do seu aniversário
Lembre-se que a vida foi o melhor presente
Se você pensar em desistir no meio do caminho
Sempre haverá uma pessoa para estende-lhe a mão
Se um dia se sentir sozinho, por qualquer razão
Um bom livro será sua companhia
Se um dia esquecermo-nos do passado
O futuro nos trará lembranças
Se um dia o amor se perder na ilusão
Então retornara a sua velha casa
Se um dia acordar triste
Leia este poema

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Poética


(Manuel bandeira)

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário
do amante exemplar com cem modelos de cartas
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

UM POETA PARA SER LEMBRADO!



Fio da vida
(Thiago de Mello)


Já fiz mais do que podia
Nem sei como foi que fiz.
Muita vez nem quis a vida
a vida foi quem me quis.

Para me ter como servo?
Para acender um tição
na frágua da indiferença?
Para abrir um coração

no fosso da inteligência?
Não sei, nunca vou saber.
Sei que de tanto me ter,
acabei amando a vida.

Vida que anda por um fio,
diz quem sabe. Pode andar,
contanto (vida é milagre)
que bem cumprido o meu fio.

POBRE DO GATO SIÃO

(Thiago Corban)

Sião era macho da raça angorá
Pena que não sabia miar
Era puro de alma
Não comia ratos, pois era vegetariano
Do signo de sagitário não fazia muitos planos
Não comia ração preferia alface
Tinha medo de tudo de sombra e da chuva
Gato safado!
Não ficava na rua, e com medo da violência
Dormia de baixo da cama.

domingo, 24 de janeiro de 2010

PARABÉNS SÃO PAULO 456


São Paulo

São Paulo, és chamarisco, com certeza!
Filhos postiços te conhecem bem.
És berço do trabalho, és fortaleza.
Mas para erguer-te vêm povos d´além.

E esperançosos de encontrar riqueza
De todos os recantos eles vêm.
Insistem na labuta com firmeza
se querem conquistar algum vintém.

E o esforço em bloco é que te faz enorme.
São Paulo, és a cidade que não dorme.
Embora tenhas na alma um peito de aço.

Na condição de irmão hospitaleiro
abrigas com carinho lisonjeiro
o mundo inteiro;sob teu regaço.



São Paulo Amigo

Sou felizarda por morar aqui
Nesta cidade amada do Brasil,
Onde inteira de sonhos me vesti
Para tornar a luta mais sutil.

São Paulo, com orgulho eu te escolhi
Porque és a fonte de riquezas mil.
Que és nobre terra, há muita descobri,
Meu bom São Paulo de alma varonil.

Foste a esperança viva do planalto,
Dos bandeirantes a ideal conquista
A crescer para os céus pelo asfalto.

Deixas esperançosos o mundo inteiro.
E até para quem nunca foi paulista
Entregas teu carinho hospitaleiro!...



São Paulo em Ação

Com força assim, não pode haver igual.
Cresces depressa e assustadoramente!
Segues veloz em marcha triunfal
Enaltecendo Anchieta eternamente.

E, no calor do abrigo fraternal,
Dás esperança para muita gente
Seguir em rente, em busca do ideal,
Fazendo-te maior diariamente.

Terra adorada de Piratininga,
És tu, a mais audaz conquista,
Onde qualquer projeto sempre vinga.

Bendita sejas pela eternidade,
Porque és de todos, o torrão paulista.
Pátria a crescer em prol da humanidade.



São Paulo Gigante

Oh! Meu São Paulo gigante,
Metrópole da nações.
Tu tens o poder triunfante,
De prender os corações.

Vinte cinco de janeiro,
Data que ficou na história
Por um povo hospitaleiro,
É festejada com glória.

A tão famosa garoa
A penumbrar a cidade
Vai molhando a terra boa
Com gotinhas de saudade.

Oh! metrópole querida
Amada por todos nós
A tua fama é conhecida
E como cresces veloz.

Vinte e cinco de janeiro
Data que ficou na história
Por um povo hospitaleiro,
É festejada com glória.


( poesias são de autoria de Analice Feitoza de Lima )

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

É O CARA!



Avô, mesmo que a gente morra, é melhor morrer de repetição na mão, brigando com o coronel, que morrer em cima da terra, debaixo de relho, sem reagir. Mesmo que seja pra morrer nós deve dividir essas terras, tomar elas para gente. Mesmo que seja um dia só que a gente tenha elas, paga a pena de morrer".

(Os Subterrâneos da Liberdade - Agonia da Noite)

Não tem como falar da Bahia e não falar de Jorge amado o baino do bem....

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Motivo (Cecília Meireles)




Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E sei que um dia estarei mudo:
- mais nada

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

AREIA




Areia
(Thiago Corban)


Entre tuas ruínas
Sou areia nesse deserto
Inconsolado pelo vento que desgraça famílias
E por esfinges que ao seu tempo foram belas
Nas pirâmides da tua paixão morri como
Um faraó desgraçado por tua maldição de amar
Nem mesmo os deuses irão nos perdoar
Por tal traição
Pro isso saio ao deserto para me consolar
Do infinito amor que se apagou como
Areia...