Fotografia, Arte e Poesia



sábado, 6 de novembro de 2010

MAR...


MAR...


Deve ser doce morrer no mar.
E se esconder no horizonte.
Lamentar a solidão
Que ao longe encosta

Deve ser doce o gosto da morte
Que não se sabe pra onde vai...
Deixar família
Rezar por paz.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

CAIO FERNANDO ABREU


"Eu preciso muito muito de você eu quero muito muito você aqui de vez em quando nem que seja muito de vez em quando você nem precisa trazer maçãs nem perguntar se estou melhor você não precisa trazer nada só você mesmo você nem precisa dizer alguma coisa no telefone basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio juro como não peço mais que o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro.Mas eu preciso muito muito de você."

Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

TRADUZIR-SE



Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

Ferreira Gullar